Fitzgerald é considerado um dos maiores escritores americanos do século XX. Suas histórias, reunidas sob o título Contos da Era do Jazz, refletiam o estado de espírito da época. Foi um dos escritores da chamada "Geração Perdida".
Para a filha, já adolescente, a vida familiar era das mais desorganizadas, com a mãe internada em caráter quase permanente e o pai alcoólatra passando frequentes temporadas no hospital para tratar-se do excesso de bebida.
Obras:
Romances
Filho de um fazendeiro do sul e de uma rica católica irlandesa, Francis Scott Key Fitzgerald nasceu em Saint Paul, Minnesota, nos Estados Unidos, em 24 de setembro de 1896.
Desde cedo, F. Scott Fitzgerald demonstrou o seu apreço pelo teatro e pela escrita. Em 1913 foi aceito na Universidade Princeton, onde a sua paixão pelo teatro veio à tona, chegando a escrever roteiros amadores e contos. Entre as peças escritas por ele na época estão The Girl From Lazy J (1911), Coward (1913), e Assorted Spirits (1914).
Fitzgerald abandona Princeton em 1917 para entrar no exército. Num campo de treinamento no Alabama, conhece Zelda Sayre com quem virá a se casar.
Desmobilizado de suas funções militares, tenta seguir a carreira publicitária e se muda para Nova Iorque. Enquanto isso escreveu o seu primeiro romance de sucesso, This Side Of Paradise (Este Lado do Paraíso, 1920). A obra discutia a moral e os problemas enfrentados pelos jovens no século 20, e chegou a ser aclamado por outros autores como Ring Lardner e Ernest Hemingway, que, anos depois, seria um crítico ferrenho de Fitzgerald.
Em 1920 Fitzgerald se casa com a bela Zelda Sayre com quem passou a viver uma vida de intermináveis festas e glamour. Zelda gostava de flertar com outros homens, Fitzgerald era ciumento, uma mistura perigosa. O casal, acompanhado da filha, dividia o seu tempo entre os EUA e os redutos da moda na Europa. Fitzgerald se tornou famoso tanto pelo estilo de vida que levou quanto pelos romances que escreveu. Ele disse uma vez:
"Às vezes eu não sei se Zelda e eu somos reais ou se somos personagens de um dos meus romances”.
Já famoso Francis ganhava muito, mas gastava num ritmo incompatível com o que recebia. Levava com a mulher Zelda, uma vida de muitas festas e pouco trabalho. A permanente insatisfação com essa existência desregrada traduz-se nas várias mudanças e viagens do casal. Entre 1920 e 1922 estabelecem-se em Westport, Connecticut, viajam à Europa, mudam-se para Montgomery, Alabama, daí para Saint Paul e finalmente para Nova York. Nos catorze meses que passaram em Saint Paul nasceu a menina Scottie em 1921, filha única de Frances Scott Fitzgerald.
Em 1922 escreve Os Belos e Malditos. Em 1924 parte para a França, como outros artistas norte-americanos, e leva uma vida agitada. Escreve O Grande Gatsby (1925), que hoje é considerado sua obra-prima, mas vende pouco na época.
O único acontecimento enriquecedor é o encontro de Fitzgerald com Ernest Hemingway em Paris, durante o verão de 1925. Fitzgerald o chamava de sua “consciência artística”. Foi uma amizade tensa, que terminou amargamente no final dos anos 30. Nessa ocasião, Fitzgerald comentou com certo azedume, pouco antes de aparecer cruelmente retratado em As Neves do Kilimanjaro, de Hemingway:
“Falo com a autoridade do fracasso,
Ernest fala com a autoridade do sucesso”.
“Mil festas e nada de trabalho”. É como descreve Fitzgerald o ano de 1926. Perdido o fascínio da celebridade, o escritor entra em um período improdutivo; a bebida deixa de ser um hábito social para tornar-se um vício que o destrói física e moralmente. Entre São Rafael, Antibes e Capri, o casal peregrina sem muito objetivo, “em busca do eterno carnaval junto ao mar”.
De volta aos Estados Unidos em dezembro de 1926, o escritor e sua esposa passam por um longo período de insegurança e perturbações mentais. As mudanças de domicílio são constantes, as viagens frequentes, a bebida excessiva e o trabalho reduzido ao mínimo necessário para cobrir as despesas. É quando Zelda começa a dar sinais de desequilíbrio psíquico, sofrendo as primeiras crises.
Durante os anos de 1929 a 1931, o casal perambulou pela Europa. Em abril de 1930 Zelda sofreu um colapso nervoso. Os especialistas franceses diagnosticaram esquizofrenia e recomendaram um longo período de tratamento numa clínica suíça. Em 1931 ela estava suficientemente recuperada para viajar através da França, Alemanha e Áustria. Por nove meses o casal viveu tranquilo; o próprio Fitzgerald proclamou esse o período mais feliz de sua vida.
Ao regressar à América, porém, Zelda sofreria novas crises, e sua existência passaria a ser um permanente vaivém entre os diversos sanatórios. Em janeiro de 1934, acometida por uma violenta crise, ela tentou o suicídio.
Para a filha, já adolescente, a vida familiar era das mais desorganizadas, com a mãe internada em caráter quase permanente e o pai alcoólatra passando frequentes temporadas no hospital para tratar-se do excesso de bebida.
No auge da sua crise pessoal e familiar, Fitzgerald escreveu Suave é a Noite, o último romance que publicou em vida, no ano de 1934. Embora a maioria dos críticos se mostrasse favorável à obra, Suave é a Noite vendeu apenas 13 mil exemplares, menos que todos os romances anteriores do autor. A reputação de Fitzgerald, conhecido pelos leitores como um bêbado temperamental e desordeiro, não ajudava a promover o livro.
As dívidas, a cirrose, a luta para não beber e, finalmente, a tuberculose, terminaram por levá-lo ao desespero. Sua existência é uma contínua deterioração. Em 1935 alugou um quarto em Henderson, Califórnia, e ali viveu modestamente; quase não tinha o que comer, e possuía uma só camisa, que ele mesmo lavava, à noite, na pequena pia. Zelda encontrava-se internada em Asheville, na Carolina do Norte, e não havia mais esperanças de recuperá-la.
Em 1936 e 1937 F. Scott Fitzgerald entrou em um período de decadência, morava perto de Zelda, tentando proporcionar-lhe algum alívio com sua presença. Sobrecarregado de problemas, porém, não tinha mais capacidade de ajudar ninguém. Desesperado, continuava bebendo sempre descontroladamente, e por duas vezes chegou mesmo a tentar o suicídio.
Em 1939 Fitzgerald começou a trabalhar em O Último Magnata, um romance que não chegaria a terminar. Redigiu apenas seis capítulos, suficientes para revelar uma obra distinta de tudo o que escrevera até então. Em vez de centralizar-se em um personagem e em seus dramas pessoais, o livro focaliza principalmente os conflitos econômicos, as intrigas e a luta pelo poder na indústria cinematográfica de Hollywood.
Em novembro de 1940 sofreu o primeiro ataque cardíaco. Morreu um mês mais tarde, em 21 de dezembro, vitimado por um segundo colapso. Zelda morre num incêndio em um hospício em 1948.
Obras:
Romances
• This Side of Paradise (Este Lado do Paraíso, 1920)
• The Beautiful and Damned (Belos e Malditos, 1922)
• The Great Gatsby (O Grande Gatsby, 1925)
• Tender Is the Night (Suave é a Noite, 1934)
• The Love of the Last Tycoon (O Último Magnata, 1940)
Coletâneas de contos
• Flappers and Philosophers (1920)
• Tales of the Jazz Age (1922)
• All the Sad Young Men (1926)
• Taps at Reveille (1935)
• "The Short Stories of F. Scott Fitzgerald" (1989)
• O Curioso Caso de Benjamim Button (1920)
Outras obras
• The Vegetable (peça, 1923)
• The Crack-Up (ensaios e histórias, 1945)
3 comentários:
Adorei conhecer o teu blogue! Gosto muito de Fitzgerald, mas para mim Hemingway é cativante pela sua personalidade forte e marcante.
Beijinhos
Cara Cris:
Muito bem elaborado o seu blog. As pesquisas são ótimas e para os fãs dos grandes mestres da literatura, como eu, estes textos são diamantes lapidados. Parabéns.
Violeta,
Fico muito feliz que esses textos consigam alcançar o objetivo de servir como fonte de pesquisa e divulgação para uma época pouco conhecida, mas de grande importância.
Abraços
Postar um comentário