O Sol Também Se Levanta [The Sun Also Rises] foi o primeiro grande best seller de Ernest Hemingway. Publicado em 1926, fala sobre um grupo de expatriados americanos na Europa durante a década de 1920.
O título do livro, selecionados por Hemingway (por recomendação de seu editor) é retirada de Eclesiastes 1:5 :
"O sol também se levanta
e o sol se põe, e se apressa
para o local onde nasceu."
O título original de Hemingway para o livro era Fiesta, que acabou sendo utilizado nas edições em inglês, alemão, russo, italiano e espanhol do romance.
O livro fez a fama de Hemingway, inspirando jovens em toda a América a usar o cabelo curto e camisola como Brett Ashley e agir como ela também. Mudou o estilo de escrita de uma forma que seria utilizada pelas revistas norte-americanas nos vinte anos seguintes.
Assim como o título foi tirado da Bíblia, o livro também começa com outra citação de Eclesiastes, mais precisamente com o versículo anterior:
"Uma geração vai, e outra geração vem,
mas a terra permanece eternamente"
(Eclesiastes 1:4).
Sinopse
O livro retrata, em estilo direto e despojado, os conflitos e frustração dos norte-americanos e ingleses que viveram em Paris após a Primeira Guerra Mundial.
Para esse livro Hemingway criou tipos humanos complexos, representando assim uma geração contaminada pela ironia e pelo vazio diante da vida, com seus valores morais destruídos pela guerra e irremediavelmente perdidos. Temas como a solidão e a morte, os preferidos do escritor, são explorados de forma brilhante.
Antecedentes
Em julho 1925 Hemingway acabara de chegar da celebração da fiesta de San Fermin em Pamplona, onde introduzira um grupo de amigos de Montparnasse à estética das touradas, da mesma forma como fora introduzido ao ritual-esporte espanhol por Gertrude Stein.
Entre seus companheiros se encontrava o humorista Donald Ogden Stewart, recém-chegado a Paris com dólares suficientes - numa nova onda de valor inflacionado em relação a queda do franco - para bancar as despesas de viagem de duas ricas empobrecidas, Pat Campbell e lady Duff Twysden. Harold Loeb, que era rico mesmo, foi por conta própria. Esses cinco amigos tornar-se-iam os principais personagens fictícios de O Sol Também se Levanta, com Hemingway como o modelo de Jake Barnes, o protagonista e narrador.
O autor explorou os tensos relacionamentos e francas hostilidades que a viagem motivou, documentando a fiesta e sequências anteriores da vida em Montparnasse, no estilo vivo e simples que seria a pedra fundamental da sua reputação. No livro o nível de tensão que permeava o grupo se explica pelo fato de que na época Hemingway estava interessado em Lady Duff e enciumado por ela ter passado uma semana com Loeb na França.
As reações dos protótipos vivos dos personagens do romance foram variadas. Stewart descobriu suas próprias ironias e frases mais típicas na boca de um duplo fictício, Bill Gorton, mas provavelmente não achou engraçado ser retratado como um beberrão amistoso. As frases e maneirismos de lady Duff, como Brett, foram registrados com igual atenção, mas ela se queixou de uma coisa:
"Eu nunca sequer dormi com o tal toureiro."
Em seu papel menor como o pretensioso Braddocks, Ford Madox Ford deve ter se agastado, mas guardou os melindres para si mesmo.
Harold Loeb sofreu imensamente com seu retrato como Robert Cohn. Depois de tudo o que ele fizera pela carreira de Hemingway, que admirava e respeitava como homem e escritor, ser retratado como um romântico superficial, vaidoso e fraco, foi uma traição que deixou marcas pelo resto da sua juventude. Hemingway precisava de um personagem que representasse tudo a que o novo código da Geração Perdida se opunha - senão um vilão, pelo menos uma desagradável figura de catalisador -, e Harold Loeb foi sua escolha implacável.
Temas principais
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Estilo de escrita
O Sol Também Se Levanta é escrito em prosa, num estilo vivo e simples pelo qual Hemingway é famoso, e que influenciou inúmeras romances. Mas a simplicidade é enganosa. Hemingway usa coordenação polissindética que é o uso de conjunções diversas em rápida sucessão (como em "ele correu e pulou e riu de alegria"), para transmitir uma variedade de efeitos, como aumentar ou diminuir o ritmo da prosa.
Muitos desaprovam Hemingway, interpretando mal o seu estilo e desaprovando a sua aparente falta de emoção. Ele, entretanto, não estava tentando eliminar a emoção, mas retratar mais cientificamente.
Hemingway esculpiu sua brilhante e finamente cinzelada colagem de imagens, a fim de apreender a coisa real, a sequência de movimentos e, de fato, a emoção. Esse uso de imagem como um correlato objetivo [termo literário que se refere a um artigo simbólico utilizado para fornecer explícito, ao invés de implícito, o acesso a conceitos tradicionalmente inexplicáveis como a emoção ou as cores] é característica de Ezra Pound, T.S. Eliot e James Joyce, e também faz parte da poesia cânone japonesa.
Muitos desaprovam Hemingway, interpretando mal o seu estilo e desaprovando a sua aparente falta de emoção. Ele, entretanto, não estava tentando eliminar a emoção, mas retratar mais cientificamente.
Hemingway esculpiu sua brilhante e finamente cinzelada colagem de imagens, a fim de apreender a coisa real, a sequência de movimentos e, de fato, a emoção. Esse uso de imagem como um correlato objetivo [termo literário que se refere a um artigo simbólico utilizado para fornecer explícito, ao invés de implícito, o acesso a conceitos tradicionalmente inexplicáveis como a emoção ou as cores] é característica de Ezra Pound, T.S. Eliot e James Joyce, e também faz parte da poesia cânone japonesa.
Gostei tanto do que li! Me convenceu imediatamente que devo ler o livro!
ResponderExcluirObrigada pelo comentário!
ResponderExcluirAssim que terminar a leitura volte e deixe sua opinião sobre o livro.
Abraços.
"Você é um expatriado. Perdeu o contato com o solo. Torna-se pernóstico. Ficou estragado pelos falsos padrões europeus. Bebe até cair. Deixa-se obcecar pelo sexo. Passa o tempo conversando e não trabalha. É um expatriado, ouviu? Arrasta-se pelos cafés. "
ResponderExcluirPagina 133 de O Sol Tambem se Levanta, uma das frases que melhor define a Geração Perdida!
Obrigada pela colaboração Carlos... Abraço.
ResponderExcluirÓtimo livro.
ResponderExcluirEstilo de descrição quase jornalístico em certos momentos, com ótimas descrições de paisagem e da Fiesta de Pamplona.
Pesado na questão emocional dos personagens, tratando com discrição, revelando uma certa repressão social em revelar sentimentos, dignos das convenções sociais da época, e com raros momentos de explosão dos personagens.
Pena do Jake Barnes e raiva tremenda da Lady Ashley.
É a eu aqui postando uma opinião à respeito de coisas do homem pra mim o ser humano é intraduzível por mais anglos que podemos olhar à obra em si nem imaginamos o que ele queria expressa uma coisa é latente a vontade de se expressa é evidente mais o que ele queria dize mesmo depende da interpretação de cada leitor por tanto divulgue o livro eduque a população mais usa termos científico pra classifica obra é meio incoerente.
ResponderExcluirNão gostei muito do livro. Estava esperando alguma trama, algum desfecho extraordinário e me decepcionei. A leitura é agradável na maioria da obra, mas quando o autor começa a detalhar a paisagem na viagem,... que "pé no saco". É bom detalhar, mas tem que ter limite, senão fica repetitivo (como ficou) e chato. O mesmo ocorreu com as idas de Jake aos seu aposentos quando ia dormir.
ResponderExcluirNo mais, achei a figura de Cohn um tanto quanto retratada da realidade (talvez algum desafeto do autor), pois não se cria uma figura tão tosca do nada, penso que quis retaliar seu inimigo no seu livro, mas acabou ficando um personagem muito irreal, por mais que a geração perdida tenha criado aberrações em vida. E o lance de não pararem de beber também é o ó!
luancamboriubeach@yahoo.com.br